Como levar dinheiro para o exterior? Seja em uma viagem à Europa, EUA, Chile, você precisará escolher um modo de levar o seu dinheiro, da forma que você gaste menos com taxas e não abra mão da segurança.
Como levar dinheiro ao exterior é uma dúvida de muitos turistas. Você possui várias opções: dinheiro em espécie, cartão de crédito, cartão pré-pago do tipo Visa Travel Money, conta em dólar com cartão de débito e travelers checks.
Essa parece uma escolha simples, mas não é! Você precisa pensar em uma forma financeiramente vantajosa e uma das principais questões é conhecer a incidência do Imposto Sobre Operações Financeiras, IOF, que incide em todas as formas de fazer câmbio.
Para você fazer uma boa escolha, é preciso conhecer as formas de como levar dinheiro para o exterior.
Traveler’s Check
Traveler’s Check significa em português cheques de viagem e são exatamente isso. Você adquire uma quantidade de moeda estrangeira em forma de cheques. Os cheques são de valores já pré-estabelecidos. Quando chegar ao exterior, para usá-los, é necessário assinar os cheques e trocá-los em casas de câmbio ou pagar diretamente em estabelecimentos como hotéis e lojas.
A principal empresa que emite traveler check é a American Express e eles podem ser adquiridos em bancos e casas de câmbio. Os cheques estão disponíveis em dólar americano em valores de US$50, US$100, US$500 e US$1000. Já em euro, os valores são os seguintes: €50, €100, €200 e €500.
Essa é uma forma de levar dinheiro antiga, os Travelers Check existem a mais de 100 anos. Entretanto, nas duas últimas décadas começaram a cair em desuso.
Vantagem
caso você seja roubado, é só informar à operadora, que os cheques serão cancelados e o valor reembolsado. A American Express reembolsa em até 48 horas. Os travelers checks também nunca expiram, ou seja, se não utilizar todos em uma viagem pode utilizar nas próximas.
Desvantagem
Poucas lojas e hotéis aceitam esse meio de pagamento. Nas casas de câmbio, a taxa de conversão do câmbio (quando está trocando para outra moeda que não seja a moeda do cheque) é, normalmente, um pouco abaixo do câmbio do papel-moeda. Algumas casas de câmbio, inclusive, nem aceitam. Há também locais que cobram uma taxa para trocar cheque de viagem. O IOF, que é o Imposto Sobre Operações Financeiras que incide sobre o valor total que você compra de moeda estrangeira, é de 6,38%.
Visa Travel Money
O Visa Travel Money e outros cartões do gênero pré-pagos são cartões em que você coloca uma quantidade de moeda estrangeira e sempre que quiser pode fazer uma recarga, na mesma lógica dos celulares pré-pagos.
O mais comum são os cartões em Dólar Americano e Euro, mas também há em Libra Esterlina, Iene Japonês, Peso Argentino, Dólar Australiano, entre outros. Também há cartões multimoedas, que possibilitam levar várias moedas no mesmo cartão.
Assim, como o cartão de crédito, se você comprar em uma moeda diferente é feita uma conversão do câmbio pela operadora do cartão. O cartão mais utilizado é o da Visa, chamado Visa Travel Money, mais conhecido por sua sigla VTM. Ele é o mais oferecido nas casas de câmbio e bancos. Entretanto, o Mastercard Travel Card é uma opção bem semelhante à Visa.
Como os cartões de crédito, o Visa Travel Money é vinculados a algum banco. Mesmo os vendidos pelas casas de câmbio são vinculados a um banco. Por isso, há variações em tarifas como para emissão de cartão adicional, taxa de inutilidade e saque.
Vantagens
Os cartões pré-pagos de moeda estrangeira são bem práticos, podem ser recarregados pela internet e também permite acompanhar do extrato online. O que ajuda a dimensionar e controlar os gastos.
Em caso de roubo, ele pode ser reposto em alguns dias, sem perda dos valores. Os bancos também possibilitam você levar um cartão adicional.
A cotação do câmbio no cartão pré-pago é um pouco menor se comparado a compra do dinheiro em espécie (notas). Mas, talvez a melhor vantagem é saber quanto vai pagar pelo câmbio, já que a conversão é realizada no dia da recarga, ou seja, não há surpresas na conta caso o real desvalorize, como acontece com o cartão de crédito.
Desvantagens
No cartão há taxas para saques, mas essa taxa também existe nos demais cartões como cartão de crédito. Sempre que sacar você paga algo entre US$ 2 e 5. Vale lembrar que essa é a taxa do cartão, mas em alguns países os caixas eletrônicos também cobram taxas de saque. Não há taxas para comprar utilizando cartão, por isso, essa é sempre a melhor opção.
A pior desvantagem é taxa de inatividade. Caso você fique sem utilizar o cartão por um período será cobrado uma taxa. O período de é cobrado por inatividade depende do banco, normalmente é depois de 6 meses, mas também há alguns que só cobram depois de 12 meses. Normalmente, o valor é cobrado mensal, tipo US$5 por mês até você voltar a usar o cartão.
Como a maioria das pessoas não viajam para o exterior com tanta frequência, muitas delas preferem sacar o dinheiro do cartão que esteja sobrando no final da viagem.
O IOF do cartão pré-pago é de 6,38%. Vale lembrar que alguns sites de reservas de hotéis e passagens não aceitam pagamentos com cartão pré-pagos.
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Cartões de crédito
Esse é um dos meios mais conhecidos e utilizados nas viagens ao exterior, principalmente, por sua comodidade em utilizar o cartão que você já usa frenquentemente. O cartão de crédito era o meio mais utilizado de pagamento nas viagens ao exterior, até o aumento do IOF.
Até hoje é muito utilizado, porém a incerteza de quanto estará o câmbio pode fazer a fatura subir consideravelmente. A forma como o câmbio é convertido já foi motivo de idas e vindas do Banco Central do Brasil. Atualmente, vale a Carta Circular 3.979 de 23/10/2019 do Banco Central que diz que o câmbio é convertido no dia da compra. Anteriormente, era convertido no dia do fechamento da fatura do cartão, o que poderia levar mais de um mês desde a compra.
Vantagem
A maior vantagens de se utilizar cartões é a segurança, já que pode ser cancelado em caso de perda ou roubo. A taxa de câmbio, pode ser mais vantajosa que o do cartão pré-pago. Porém, os bancos não são nada transparentes em como essa taxa de câmbio é convertida, podendo ter diferenças significativas de um banco para outro.
Desvantagem
A reposição do cartão em caso de perda ou roubo pode ser demorada. O IOF é de 6,38%. Mas, a principal desvantagem é a forma como se faz o câmbio. Mesmo que agora a conversão seja no dia da compra, se você já estiver no exterior, acontece alguma crise e o dólar dispara. Mesmo assim você terá que usar o cartão de crédito, caso só tenha essa opção.
O resultado disso é uma fatura superior ao planejamento de gastos da viagem.
Conta Internacional em dólar com cartão
Essa é a opção mais nova, por isso menos conhecida, entretanto a melhor, em minha opinião. Em 2019 começaram a surgir no Brasil, bancos que oferecem contas internacionais para residentes brasileiros. Isso significa que você pode ter uma conta em que o saldo é em Dólar Americano.
Essas contas também lhe oferecem um cartão de débito internacional da Mastercard em dólar para fazer compras e saques. Porém a principal vantagens são as taxas e câmbios.
Hoje há apenas dois bancos que oferecem esse serviço no Brasil: C6 Bank e o Banco BS2. Entretanto, acredito que surgirão vários outros bancos nos próximos anos.
Vantagens
A primeira vantagem é o IOF de 1,1%. O IOF é menor porque é o IOF transferência internacional, que tem o valor de 1,1%, diferente do IOF de cartões de crédito e pré-pago que são de 6,38%.
Outra vantagem é o câmbio mais barato, esses bancos usam o dólar comercial mais uma taxa de 2 ou 3% de spreed bancário. Ou seja, quando você transferir real para sua conta internacional em dólar, a conversão vai ser baseada no dólar comercial, mais uma taxa de 2 ou 3% desse valor. Isso significa um dólar muito mais barato, além de total transparência em saber como é câmbio.
Para você ter um exemplo, para recarregar cartões pré-pagos, a conversão do dólar é cerca de R$0,20 acima da cotação do dólar comercial, mais uma diferença de 5,28% de IOF (6,38% – 1,1%), a diferença é muito grande!
Essas contas também não cobram taxa de manutenção, no C6 Bank há uma taxa de abertura, porém o spreed bancário é menor. Já no Banco BS2 não há taxa de abertura.
Desvantagens
O valor que você coloca na conta internacional não pode ser investido, o dinheiro fica parado lá e pode haver taxa de inatividade, assim como os cartões pré-pagos.
O valor do saque costuma ser maior dessas contas, enquanto no cartão de crédito e pré-pagos, costumam ficar entre US$ 2 e 3, nas contas internacionais esse valor é de US$ 5.
Há um limite de transferência para sua conta internacional de US$10 mil por ano por cliente.
Dinheiro em espécie
Dinheiro em espécie é o mesmo que papel-moeda, ou seja, dinheiro vivo, notas. Há duas formas de levá-lo: em reais ou em moeda estrangeira. O Real, normalmente, não tem boa cotação no exterior.
A exceção são alguns países mais próximos, como Argentina, Uruguai e Paraguai, onde há grande fluxo de brasileiros e por isso a moeda tem uma boa cotação. Porém apenas em capitais ou cidades de fronteiras ou mais turísticas desses países vocÊ fará um bom câmbio.
Na maioria das vezes o melhor é levar moeda estrangeira. E qual moeda levar? Depende para onde você está indo. Na maior parte do mundo, a moeda que tem a melhor cotação é o dólar americano.
Como levar dinheiro para Europa? Se viajar para a Europa, é lógico que você vai levar euros! O Euro é a melhor moeda mesmo para países europeus fora da zona do euro. Ou mesmo países próximos como Turquia e Marrocos.
Devo levar a moeda local?
Se você achar uma boa cotação dela no Brasil vale a pena sim. Porém, poucas moedas são encontradas a uma boa cotação. Além do Euro e do Dólar americano, a Libra Esterlina também é encontrada, e talvez alguma, talvez alguma outra moeda como o Dólar Canadense, Iene Japonês, Dólar Australiano.
Quanto menos fluxo uma moeda estrangeira possui em um país, maior será a diferença entra a compra e venda dela, ou seja, as casas de câmbio te vendem caro e te compram barato.
Há quem diga que é melhor levar na moeda local, pois fazer o câmbio duas vezes (real/dólar e dólar/moeda local) é perder duas vezes. Eles não deixam de ter razão, mas mesmo assim sai mais barato do que comprar uma moeda de pequena circulação no Brasil.
Encontrar moedas estrangeira no Brasil não é tão fácil, elas podem ser vendidas em casas de câmbio e bancos. Não são todos os bancos que fazem câmbio e os que fazem tem poucas agências que oferecem esse tipo de serviço. Pessoas que não moram em capitais, possuem mais dificuldade de encontrar locais para trocar moeda.
Vantagens
O dinheiro em espécie possui mesmo IOF da conta internacional. Ou seja, são os menores valores da lista. A compra de moeda estrangeira em espécie incide IOF de apenas 1,1%, bem menor do que os 6,38% dos cartões de crédito, pré-pago e travel check.
Até 2016 o IOF era ainda menor, de 0,38%, porém mesmo com 1,1% é muito menor, o que pode significar uma diferença grande quando comprado grandes valores.
Além disso, é possível conseguir uma boa cotação do dólar/euro para trocar pela moeda local, principalmente em países menores.
Desvantagem
Há duas grandes desvantagens. A primeira é a possibilidade de roubo. Se for levar uma quantidade maior de dinheiro em espécie, é aconselhável ficar em um hotel com cofre no quarto. Porém, na rua você também pode ser roubado.
A outra desvantagem é receber notas falsas quando fizer o câmbio do dólar/euro para a moeda local. Alguns países como Argentina e Colômbia possuem uma grande circulação de notas falsas.
Há ainda uma terceira desvantagem que ninguém se atentava antes de 2020. Utilizar notas e moedas aumenta o risco de contágio de doenças, especialmente em épocas de pandemias, como a do coronavírus (covid19).
Entretanto, vale lembrar que alguns serviços, como transporte público precisam ser pagos em “dinheiro vivo” em vários países. Por questões culturais, alguns países utilizam mais dinheiro em espécie que outros. No Japão, por exemplo, há vários restaurantes e “lanchonetes” que não aceitam cartão. A Suécia, na direção oposta, pensa em abolir as notas futuramente, apenas 10% da população as utilizou para fazer compras em 2018.
Diversificar é uma ótima escolha
A minha dica é diversificar o jeito de levar o câmbio. Eu, particularmente, sempre gosto de levar um bom valor em espécie, tipo 1/3, ou até mesmo metade do que pretendo gastar. Entretanto, eu já tenho uma certa expertise em como levar e guardar dinheiro.
Caso você não tenha muita experiência ou pretende levar uma quantia mais alta, é indicado você levar apenas 20 ou 30% em dinheiro.
O resto, eu aconselho a levar em cartão. O mais indicado é ter a conta internacional e levar esse cartão de débito para usar. Se não tiver tempo de abrir a conta, utilize o cartão pré-pago mesmo. Essas duas opção são fundamentais em momentos de instabilidade cambial.
Mas, não é má ideia levar dois cartões: um de débito (conta internacional) e um de crédito. O cartão de débito você usa primeiro, para não precisar voltar com crédito. Quando terminar o saldo, passe a usar o cartão de crédito. Aliás, é sempre bom estar com o cartão de crédito em viagens internacionais, pois você pode usá-lo para pagar gastos extras, não planejados, como aquele eletrônico ou passeio mais caro que você não resistiu em fazer. Além de ser uma segurança de dinheiro extra para eventuais emergências.
Falando de emergência, um gasto que é melhor não correr o risco de precisar pagar são gastos médicos. Atendimentos médicos são caros em qualquer lugar do mundo e especialmente mais caros nos países desenvolvidos. Uma simples consulta médica com um medicamento na veia pode custar algumas centenas de dólares. Procedimentos cirúrgico, então, custará vários milhares.
Por isso, é indicado contratar um seguro viagem. Ele cobre os gastos médicos e lhe permite viajar tranquilo. O melhor lugar para pesquisar é na Seguros Promo, um buscador que trabalha apenas com boas seguradoras e possui uma ferramenta ótima de comparação de seguros. Além do preço, você precisa olhar o valor de gasto médico coberto e pode comparar também outros serviços como indenização em caso de extravio de malas, viagem de regresso, entre outros serviços inclusos. Faça uma cotação.
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Fotografia: Money – Picture by Moyan Brenn on Flickr