O Carnaval de Belo Horizonte ressurgiu na última década e já se tornou uma das maiores carnavais do país. A capital mineira que ficava deserta durante o feriado, hoje recebe um grande número de turistas, que junto com os belorizontinos enchem as ruas e movimentam dezenas de blocos carnavalescos pela cidade.
História do Carnaval de Belo Horizonte
O primeiro sinal de carnaval na capital mineira foi em 1897 quando em sua construção os operários começaram a desfilar em carros enfeitados na região da Praça da Liberdade. Entretanto, o Carnaval que era festejado por blocos e clubes no começo do século XX, foi diminuindo, até, praticamente, acabar na segundo metade do século XX.
Ausência de carnaval nas décadas de 1980, 1990 e 2000
Nas décadas de 1980, 1990 e 2000 Belo Horizonte ficava vazia no carnaval. Quem gostava da festa precisava viajar a alguma cidade do interior de Minas Gerais, onde havia vários tipos de carnavais em diferentes cidades, especialmente nas históricas Ouro Preto e Diamantina, as preferidas dos jovens.
Movimento político retoma o carnaval
Muita gente não sabe, mas foi um movimento político que foi o embrião do Carnaval. Em 2010, o então prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, proibiu eventos em praças públicas da cidade, especialmente a Praça da Estação o local onde mais havia shows e eventos abertos na cidade.
Para protestar contra a proibição, um grupo começou a organizar a “Praia da Estação” um dia em que várias pessoas desembarcavam na praça vestidas com roupa de banho, para tomar sol, jogar frescobol, como se fosse a praia da cidade.
Primeiros blocos eram dispersados pela polícia
Desse movimento de ocupação de espaços públicos, nasceu o carnaval de Belo Horizonte. Os primeiros blocos precisaram lidar com a repressão dos governos municipal e estadual, que diziam que se ruas fossem fechadas por pessoas em blocos, seria enviado a polícia para liberar a via.
No primeiros anos os blocos duravam pouco tempo, pois a polícia chegava com spray de pimenta para acabar com a festa. Nos anos seguintes, o poder público permitiu a festa, mas não dava nenhum incentivo, nem banheiro público ou ajuda para fechar a rua. Mas, foi aí que a festa começou a ganhar força. Os blocos completamente amadores e improvisados, com pequenos sons, porém muita alegria, começaram a levar um público considerável para a rua.
Com o crescimento a prefeitura começou a incentivar a festa
E o mesmo prefeito, que falava que mandaria a polícia para acabar com os blocos começou a falar que incentivaria a festa, já que estava ajudando a economia da cidade. O prefeito tentou arcar com os gastos dos blocos, que era o aluguel do carro de som e propôs que eles desfilariam em um local fechado, com montagem de camarotes e venda de abadás, porém com o lucro dessas vendas seria para a prefeitura e empresas privadas.
Os blocos foram contra, não apenas pela hipocrisia, mas sobretudo porque falaram que a essência do carnaval de Belo Horizonte é ser uma carnaval de rua, aberto a todos.
Crescimento do carnaval de BH
A festa cresceu muito em números, o carnaval que eram alguns blocos de centenas de pessoas, passou a ser de milhares. Em 2015, o Carnaval de Belo Horizonte já tinha 1 milhão de foliões nas ruas.
Com o sucesso de público, alguns blocos começaram a receber patrocínio de empresas e a prefeitura montou edital para ajudar blocos pequenos. O fluxo de viagens durante o carnaval que era de moradores de Belo Horizonte viajando ao interior do estado, passou a se inverter.
Entretanto, essa essencial de movimento político de ocupação de espaços públicos nunca abandonou os primeiros blocos de carnaval, que são também os principais de Belo Horizonte. Por isso, é comum ver faixas e discurso político nos desfiles de carnaval.
Depois de 2015, um ano histórico, o número de pessoas atraídas pelos bloquinhos de rua só cresceu. Nos anos seguintes foram aumentando até chegar a quase 5 milhões de pessoas.
Carnaval Hoje em BH
O Carnaval de Belo Horizonte é hoje um dos principais eventos da cidade, recebendo milhões de foliões e ajudando a movimentar a economia da cidade.
Nos anos de 2019 e 2020, a cidade recebeu entre 4 e 5 milhões de foliões, um número bem alto, considerando que a população de Belo Horizonte é de 2,5 milhões de habitantes. A pandemia interrompeu a festa por dois anos, porém a expectativa da prefeitura é que o carnaval 2023 será o maior da história.
A prefeitura organiza o evento, fornecendo banheiros públicos, fechando ruas e o governo do estado com o policiamento. A festa é organizado, mas há vários gargalos como trânsito, distribuição de blocos pela cidade, falta de banheiros.
O Carnaval de Belo Horizonte é um carnaval de rua. Não existe corda, abadá, ou camarote. Os blocos são todos gratuitos e livres para todos participarem, diferente de outros carnavais famosos como o de Salvador e de Ouro Preto. os foliões costumam a usar fantasias, roupas leves, brilhantes e coloridas. Além disso, a maioria ocorre na parte da manhã, o que não é muito comum no carnaval brasileiro.
Os vendedores ambulantes dos principais blocos são credenciados pela prefeitura e patrocinados por uma marca de cerveja. Porém, as bebidas são diversificadas, contando com vários tipos de cerveja, destilados e não-alcoólicos.
Dicas para se deslocar
O Carnaval de Belo Horizonte acontece em toda a cidade, porém se concentra no centro e outros bairros próximos como Santa Tereza e Savassi. Devido a grande concentração de pessoas, várias ruas do centro ficam fechadas, por isso nem sempre é possível chegar de veículo muito próximo aos blocos.
Uma dica é tomar cuidado com seus pertences. Devido a aglomeração podem acontecer furtos, por isso muitos foliões optam por utilizar doleiras (que usa por baixo da roupa) ou pochetes (que usa por cima da roupa) para guardar dinheiro, cartões e celular.
Blocos de Carnaval
Hoje são mais de 400 blocos oficializados pela prefeitura em 23 dias de festa, ou seja incluindo o pré e pós-carnaval!
Os primeiros blocos da cidade eram uma bateria e um um carro com som com alguém cantando. Apesar de ter aparecido blocos que são apenas uma banda em cima do trio elétrico, os principais blocos mantém sua bateria que vai atrás do carro de som ou trio elétrico.
Os blocos acontecem em todas as regiões de Belo Horizonte, porém com a maior concentração na parte central da cidade.
Existem bloquinhos para todos os gostos. Apesar do axé ser o estilo que mais aparece nos blocos, há blocos de rock, sertanejo, funk, pagode, marchinhas antigas de carnaval, entre outros ritmos.
O Estado de Minas escreveu essa matéria completa com os mapas dos blocos. Deles eu destaco o “Então Brilha!”, “Abalachita”, “Quando Come se Lambuza”, “Volta, Belchior”, “A Luz de Tieta”, “Alô, abacaxi”, “Chama o Síndico”, “Filhos da Puc”, “Baianas Ozadas”, “Havayanas usadas”, “Juventude Bronzeada” e “Funk you”.
Onde se hospedar para aproveitar o Carnaval de BH
A capital mineira praticamente para durante o carnaval. Por isso, é mais interessante se hospedar no centro, perto de onde ocorre a maior parte dos blocos em Belo Horizonte. Os melhores bairros são a Savassi, o próprio Centro, o Santo Agostinho, o Lourdes, o Santa Efigênia e o Santa Tereza.
Bristol Merit Hotel
Localizado no centro de Belo Horizonte, a localização e o café da manhã recebem diversos elogios! No Booking, sua nota é 8,2 e o hotel possui 4 estrelas. A limpeza e modernidade dos quartos é também fantástica.
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Br Hostel
Para quem busca um local mais em conta, só para dormir mesmo, sem muita preocupação, esse hostel é excelente. Com 9,2 no Booking, ele se localiza na Savassi e possui um café da manhã muito bom. Um ponto importante é que os quartos são compartilhados.
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Savassinho Hotel
Com uma localização privilegiada na Savassi, o hotel recebe 8,o no Booking. Além disso, o café da manhã é muito elogiado, assim como os funcionários.
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Ibis Budget Belo Horizonte Afonso Pena
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