O Egito é um país incrível, com lugares encantadores e sítios arqueológicos para surpreender qualquer tipo de turista. O país é barato e não registra muitos casos de roubos e furtos. Entretanto, um cuidado que todo turista precisa ter é com relação aos golpes, algo comum no país.
Qualquer turista que visitar o Egito vai se deparar com várias situações de nativos que tentam dar algum tipo de golpe para ganhar dinheiro. O problema é que eles são muito bons de lábia, fazendo com que você demore a perceber que é um golpe. Mas, tomando alguns cuidados com as dicas que darei, você estará muito mais esperto para não cair em nenhuma cilada!
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Onde acontecem os golpes?
Vou começar falando onde não acontecem os golpes. Na Península do Sinai, local onde se encontram as famosas cidades de Sharm el Sheikh e Dahab, não é um lugar comum de ocorrerem golpes. Não sei se é por ser um local habitado, predominantemente, por beduínos, mas no geral, você não terá muitos problemas nessa região.
Aswan também é um local que você não terá muitos problemas. Já Luxor é uma cidade para se ter cuidado, pois existem muitos aproveitadores. Lá, tudo que você comprar pode saber que estará pagando mais que os nativos. Cairo é uma cidade muito grande, com economia diversificada, por isso em muitas partes da cidade os comerciantes não tratam distintamente o turista dos nativos, assim, você pode pagar os preços reais em muitas lojas. Por outro lado, sempre há algum golpista a espreita esperando um turista desavisado para cair em um golpe.
Contudo, o local mais preocupante, onde concentra o maior número de picaretas do Egito é dentro do sítio arqueológico das Pirâmides de Gizé. Nesse local você precisa abrir o olho, para não cair em nenhuma furada. Nosso guia até nos alertou para não aceitarmos nada de ninguém e se pedirmos qualquer coisa, até informação ou para alguém tirar uma foto, irão cobrar uma gorjeta por isso. Para saber mais leia: Passeio de Camelo nas Pirâmides do Egito, cuidado com os golpes.
Quais os tipos de golpes?
Na maioria dos golpes, a pessoa chegará até você sendo muito simpática e lhe ajudando em algo útil, como lhe dando informações de localização, lhe ajudando a atravessar a rua (o trânsito do país é caótico) ou apenas querendo conversar para saber alguma curiosidade do país do visitante. No meio da conversa, ela falará que conhece uma agência de turismo que é mais barata ou uma loja que vende artigos bonitos a preços baixos. Na verdade, o intuito dessas pessoas é te levar a algum estabelecimento comercial em que você comprará e elas ganharão uma grande comissão pela venda. Até por isso, os produtos que elas falam que são baratos, provavelmente, serão mais caros do que em outras lojas.
Mas, por que você daria atenção a um estranho na rua?
O primeiro golpe que eu caí foi um cara na rua falando que me viu no hotel, pois trabalhava na cozinha de lá. Ele disse que gostava de ajudar os hóspedes e que um pouco mais a frente havia um local com uma vista bonita do Rio Nilo. Seguimos ele e depois que chegamos no local, que não possuía nada demais, continuou dizendo que ali estava perto de um tal mercado que vendia souvenirs a ótimos preços e que nos levaria até lá. Perguntamos a distância e ele falou que era logo na esquina; quando chegamos na esquina não vimos nada e ele disse que era um pouco mais a frente. Como ele estava insistindo muito para a gente ir, percebemos que era algo suspeito e desistimos. Aconteceu de outras pessoas chegarem com o mesmo papo que nos viram no hotel. Se alguém falar isso, pode saber que é golpe. Eles nunca falam qual é o hotel, por isso, se quiser tirar a prova, pergunte em qual hotel a pessoa trabalha.
Outro caso recorrente é a pessoa falar que é professor de crianças e queria conversar com você para treinar o inglês dela. Aconteceu conosco no Cairo; um homem muito simpático conversou bastante conosco, disse que a Mesquita do Sultão Hassan, que queríamos entrar, estava fechada. Então, disse que existia uma mesquita no Bairro Islâmico que possuía uma linda vista da torre e que ele nos levaria até lá, porque era o caminho de sua casa. No começo, ele disse que era de graça, depois falou que tinha que dar apenas uma doação. Quando chegamos lá, o líder religioso da mesquita pediu um valor mais alto do que de um museu para subir na torre. O tal professor falou que subiria para nos acompanhar e que também pagaria aquele valor alto. Percebemos que parecia um golpe para pegar dinheiro de turista e fomos embora. O problema é que ficamos perdidos dentro do Bairro Islâmico, que parece um labirinto e onde, raramente, passa um táxi. Por sorte, eu tinha um chip 3G de internet e conseguimos sair do bairro até uma avenida e lá pegar um táxi.
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Lojas visitadas durante excursões
Se você contratar um tour, privado ou em grupo, para visitar alguma atração do Egito, provavelmente, você visitará alguma fábrica: de papiros, de perfumes artesanais, de tapetes, de vasos, etc. Esses são locais interessantes para conhecer como são feitos os produtos. Os vendedores, inclusive, explicam a diferença entre um produto original e um falsificado, como por exemplo a diferença de um vaso de alabastro (pedra) e de resina. Essas fábricas são locais que você pode comprar sem medo de adquirir um produto falsificado. Entretanto, os valores serão muito superiores a outras lojas, porque a agência de turismo ficará com uma grande porcentagem das vendas. Por isso, pode saber que os produtos serão duas ou três vezes mais caros que uma loja de rua.
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Foto de capa: PnP! (CC BY-NC-ND 2.0)