As 7 Maravilhas da Estrada Real foram escolhidas em 2012, em votação popular no site do Instituto Estrada Real, dentre 21 selecionados. Com a intenção de valorizar o complexo turístico de mais de 1,6 mil quilômetros, foram escolhidos 21 lugares para a votação. Destes, 7 compõem as maravilhas do trajeto.
A Estrada Real perpassa 199 municípios de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro e se tornou a maior rota turística do Brasil. A proposta na escolha dos lugares mais belos teve como norte facilitar a busca de quem pretende fazer um dos caminhos da Estrada Real e não sabia por onde começar.
Dentre escolhas que valorizam o patrimônio até belezas naturais das paisagens do sudeste, as 7 maravilhas da Estrada Real são os pontos altos do passeio.
E ainda reservamos um atrativo especial, que ganhou notoriedade por sua relevância no percurso.
Nesse artigo, você vai conhecer um pouco mais sobre cada um deles e como chegar. Vem conosco!
De Diamantina a Parati: as 7 maravilhas da Estrada Real pelo caminho
A história da estrada real surge quando a Coroa Portuguesa decide oficializar os caminhos para o trânsito do ouro e diamantes de Minas até os portos fluminenses. Se antes, eram circuitos que serviam para a exploração mineral no país, nos dias de hoje, tornou-se um mergulho no nosso passado com uma natureza exuberante e construções históricas. A Estrada é dividida em 4 caminhos: Caminho Velho, Caminho Novo, Caminho dos Diamantes e Caminho Sabarabuçu.
O Caminho Velho vai de Ouro Preto a Parati, e é o mais extenso da rota, com 710 km de extensão. O Caminho Novo vai de Ouro Preto a Petrópolis possui cerca de 515 km. O Caminho dos Diamantes liga Diamantina a Ouro Preto e, por último, o Caminho Sabarabuçu vai de Cocais, em Caeté, a Glaura, distrito de Ouro Preto.
Para saber como percorrer cada um dos caminhos, as cidades que ficam em cada rota e muitas dicas confira o artigo exclusivo que fizemos sobre a Estrada Real.
Conheça agora, as 7 maravilhas da Estrada Real e o que as tornam parada obrigatória durante o trajeto.
Parque Nacional da Serra do Cipó e suas belezas naturais
Localizada na região metropolitana de Belo Horizonte, a Serra do Cipó é destino certo para o fim de semana dos habitantes da capital. Criado em 1984, o Parque Nacional da Serra do Cipó era chamado pelo paisagista Burle Marx como “Jardim do Brasil”. Isso porque sua diversidade de fauna e flora, além de cachoeiras e trilhas características de cerrado, criam um cenário único em meio às montanhas mineiras.
O parque possui duas portarias: Areias e Retiro. Enquanto na primeira você percorre o Vale do Rio Mascate, na segunda você acompanha o Vale do Rio Bocaina.
Com seus belos campos rupestres, o Parque Nacional da Serra do Cipó é a primeira das 7 maravilhas da Estrada Real por sua pluralidade. Com trilhas propícias a caminhadas e passeios de bicicletas, você encontrará pelo caminho cachoeiras, cavernas e cânions, além de opções de hospedagem dentro do parque.
Com altitudes que variam entre 700 e 1670 metros, a Serra do Cipó é um importante divisor de duas grandes bacias hidrográficas brasileiras: a do São Francisco e a do Rio Doce.
Para informações sobre onde hospedar no Parque Nacional da Serra do Cipó, clique aqui.
Santuário do Caraça: diversidade histórica e ambiental
O Santuário do Caraça guarda algumas das primeiras construções públicas em Minas Gerais. Isso porque se encontra ali a primeira igreja neogótica mineira e o primeiro colégio do estado. A igreja possui mais de 400 anos de história, e ficam no Parque Natural do Caraça. Já o colégio tem suas ruínas no entorno, com museu e biblioteca funcionando no local. Em outras palavras, você irá encontrar patrimônio e natureza, em um só lugar.
Famoso por receber pesquisadores e observadores de pássaros, o Santuário do Caraça é o lugar ideal para quem quer descansar e fazer atividades de cunho esportivo ou ligadas à natureza.
Dentre seus maiores atrativos, estão os passeios noturnos ou mesmo as conversas em torno da fogueira. São momentos típicos dos visitantes, enquanto aguardam a visita do lobo guará, animal cartão postal do lugar.
Por uma trilha de apenas 30 minutos, é possível conhecer a Cachoeira da Cascatinha, com 4 quedas d’água e mais de 40 metros de altura.
Já o interior da igreja do Santuário, reserva duas atrações em destaque. Primeiramente, para os amantes do barroco mineiro, as pinturas são de Mestre Ataíde, e datam do Século 18. Além disso, a Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens tem em seu interior o primeiro órgão de tubos fabricados no Brasil. Semelhante ao órgão alemão Arp Schnitger, encontrado na Catedral da Sé em Mariana, o instrumento ganha destaque por ser originalmente nacional.
E por último, é possível acompanhar o processo de produção de vinhos e fermentados de laranja, jabuticaba e mel. Eles são produzidos pelos padres do Santuário do Caraça e estão entre os destaques do parque.
No Santuário, há hospedagem com pensão completa, e falamos dela neste link aqui.
Importante citar que o trem Belo Horizonte – Vitória tem parada em Barão de Cocais, cidade que fica ao pés do parque.
Teatro Municipal de Sabará: o segundo lugar com pompa de primeiro
O Teatro Municipal de Sabará foi uma das surpresas entre as 7 maravilhas da Estrada Real. Isso porque o seu similar ouro-pretano, o Teatro Casa da Ópera é o teatro mais antigo e visitado de Minas Gerais. Mas isso não foi o suficiente para ocupar o posto do teatro de Sabará, que também possui seus encantos únicos.
Tombado pelo IPHAN em 1963, o local antigamente conhecido por Casa de Ópera de Sabará tem feições simples e uma interior complexo. Ou seja: a arquitetura com poucos detalhes da fachada contrasta de forma peculiar com seus três níveis internos.
Inspirado no teatro italiano, ele possui 400 lugares, entre galerias e 62 camarotes. Com formato de ferradura e ao centro um palco elevado, foi inaugurado em 1819. Contudo, substitui uma casa primitiva erguida em 1770, que exercia a mesma função.
O Teatro Municipal de Sabará recebeu visitas de Dom Pedro I em 1831 e Dom Pedro II em 1881 e teve seu apogeu entre 1840 e 1870. Após um período de atividades encerradas, retomou como teatro em 1970 e teve sua última reforma em 2019.
Praça Minas Gerais: Leis e religião em um único lugar
A Praça Minas Gerais em Mariana é popularmente conhecido pelos moradores como “Praça das Duas Igrejas”. Isso nela estão as Igrejas de São Francisco de Assis e Nossa Senhora do Carmo. Porém, as matrizes não são os únicos atrativos do lugar, já que ali também fica a Casa da Câmara e Cadeia.
A praça está localizada no centro histórico do município e se tornou cenário turístico importante do barroco brasileiro do Século 18. Com um pelourinho reconstruído em seu centro em 1970, o espaço sempre significou símbolo de poder do Estado. Na atual composição, há o brasão da Coroa Portuguesa e uma cruz, que simboliza, lado a lado, as leis e a religião.
A praça dá acesso ainda a outras duas praças histórica de Mariana, as praças Gomes Freire e Cláudio Manuel.
Em eventos realizados ao longo do ano, como por exemplo, Festival da Vida e de Inverno, a Praça Minas Gerais serve de palco dos principais shows na cidade.
Para quem busca um passeio curto, que pode ser realizado inclusive em uma dia, é ponto obrigatório de visita para quem quer conhecer Mariana.
Gruta da Lapinha: um monumento arqueológico no centro de Minas Gerais
A Gruta da Lapinha, localizada na região metropolitana de Belo Horizonte, possui 511 metros de extensão e 40 metros de profundidade. Ela faz parte das 3 cavernas que compõem a Rota das Grutas Peter Lund, circuito turístico onde se visita também a Gruta Rei do Mato e Maquiné.
Para quem chega a Belo Horizonte pelo Aeroporto de Confins, ela fica a cerca de 20 km, na cidade de Lagoa Santa.
Segundo historiadores, a gruta foi formada a partir de rochas calcárias de restos marinhos. Em outras palavras, elas são camadas superpostas provocadas pelas correntes marinhas e aéreas da bacia do Rio das Velhas.
Ela foi descoberta pelo paleontólogo dinamarquês Peter Lund, que em 1840 encontrou os fósseis do primeiro homem americano naquela região. Estudos indicam que animais como preguiça gigante e o tigre dente de sabre também habitaram ali há 25 mil anos.
A Gruta da Lapinha ocupa um lugar entre as 7 maravilhas da Estrada Real por sua beleza rara. Com salões, galerias e labirintos extraordinários, a visitação se torna uma experiência arqueológica. Além disso, seus salões foram batizados conforme as imagens que sugerem, como Véu da Noiva, Couve-Flor, Presépio e Sino.
A gruta possui iluminação e acessibilidade em todas as seções permitidas para visitação.
Santuário Nacional de Nossa Senhora de Aparecida: a fé brasileira
Único destino fora de Minas Gerais dentre as 7 maravilhas da Estrada Real, o Santuário de Aparecida é o segundo maior templo católico do mundo. Isso porque fica atrás, apenas, da Basílica de São Pedro, no Vaticano.
Situada no interior do estado de São Paulo, tudo no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida é superlativo. A começar por sua consagração, em 1980, pelo então Papa João Paulo II. Elevada a Santuário Nacional em 1984, o local recebe cerca de 12 milhões de romeiros por ano. No total, são 140 mil metros quadrados de área construída, tão imponente que sua vista é observada da Via Dutra.
Com seu turismo voltado basicamente para a religiosidade, o Santuário fica próximo ao Rio Itaguaçú. Conta a lenda, que no encontro com o Rio Paraíba do Sul teria sido encontrado a imagem da santa, que dá nome à basílica. Além disso, há passeios de barco até o suposto local do encontro, conhecido como pesca milagrosa.
Atrativo especial: Santuário de Nossa Senhora da Piedade (Caeté)
Além de Minas Gerais possuir 6 das 7 maravilhas da Estrada Real, ficou para o estado uma atrativo especial. Trata-se do Santuário de Nossa Senhora da Piedade, na cidade de Caeté. O santuário, em proporções muito menores do que as já citadas em Aparecida, refletem a fé do povo mineiro em sua padroeira.
O Santuário de Nossa Senhora da Piedade está aqui na lista por ter sido declarado, no mesmo ano de 2012, atrativo turístico de especial relevância.
Com tombamento municipal, estadual e federal, o lugar está localizado a 48 km de Belo Horizonte e 16 km de Caeté. Seu ponto mais alto possui 1746 metros de altitude, e abriga a imagem da padroeira de Minas Gerais.
Do topo da serra é possível observar as cidades de BH, Vespasiano, Lagoa Santa, Nova União, Raposos, Sabará, Contagem e Santa Luzia.
Nossa Senhora da Piedade, aliás, é adorada em Minas Gerais desde o Século 18. Porém, se tornaria padroeira do estado em 1958, após visita do Papa João XXIII.
A imagem que orna a pequena capela no alto da serra é atribuída a Aleijadinho, e tem nos meses de julho, peregrinação para sua visita.
Outro atrativo do local é a incrível vista. Muitas pessoas vão até o Santuário, que fica no topo da Serra da Piedade, apenas para apreciar a vista, de onde pode observar um incrível pôr do sol. Muitos casais, como Estenia e Felipe Zig, editor do Abrace o Mundo, fazem ensaios fotográficos pós wedding no Santuário de Nossa Senhora da Piedade, veja a foto abaixo.
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